Hipo ou Hipertireoidismo, eis a questão

Fui ao médico hoje, que me achou bem. Nem perdi meu tempo com intermináveis queixas de “tem dia que…”. Tenho consciência do que eu tenho, quais os sintomas, e que essa é a expectativa do tratamento: dias bons e dias não tão bons, entermeados por dias realmente ruins.  O que me leva ao assunto que discutimos hoje.

A possibilidade de uma nova linha de tratamento, ao invés de drogas Antireoidianas + betabloqueadores, a substituição pelo Iodo Radioativo.

O que é o iodo radioativo e como funciona?

A tireóide é praticamente o único órgão do corpo que retém iodo. Assim, formas radioativas do elemento iodo podem ser utilizadas com segurança para tratar o hipertireoidismo, já que vão liberar radiação apenas para a tireóide. O resultado final é a destruição parcial ou total da glândula, como se a tireóide tivesse sido “queimada”. A resposta ao tratamento pode demorar um pouco (entre 6 a 18 semanas), mas o iodo radioativo leva ao controle adequado do hipertireoidismo na grande maioria das vezes, inclusive com redução de tamanho da tireóide quando esta se encontra aumentada de volume. O tratamento com iodo é feito por via oral, em dose única, e algumas vezes requer o isolamento do paciente em um quarto com paredes à prova de radiação (para evitar danos a outras pessoas), portanto é um tratamento seguro e muito eficaz.
Entretanto, já que o iodo radioativo pode destruir também a parte normal da tireóide, é bastante comum que as pessoas tratadas dessa forma passem a apresentar hipotireoidismo, ou seja, níveis baixos de hormônios da tireóide e todas as suas conseqüências. Isso não impede que o iodo radioativo seja muito utilizado, visto que é preferível que o paciente tenha hipotireoidismo a hipertireoidismo, pois o hipotireoidismo tem um tratamento muito mais simples e fácil, e permite uma vida completamente normal sem grandes riscos.

(fonte: Portal Endocrino)

Apesar de dito seguro, há algo em nosso inconsciente que se borra frente à menção da palavra radioativo. E embora seja do senso comum que hipotireoidismo é de tratamento mais fácil e apresenta menos riscos à saude, a idéia de trocar uma doença pela outra também parece surreal.

Não tem nem 2 meses que tomo os medicamentos. Sinto alguns sinais evidentes de melhora, como a quase completa supressão dos tremores, pressão e batimentos cardíacos relativamente sob controle, e ontem, dormi por volta da meia noite, o que pra mim é uma conquista tão abissal que é difícil explicar. Simplesmente virei pro lado e dormi, acordando 5 horas de sono ininterrupto  depois.

Penso, talvez motivada pelo medo, talvez pela razão, que é muito cedo para pensar em mudar o curso do tratamento. Que há muito o que considerar antes de qualquer decisão de caráter definitivo. Que testemunhos, como o do meu amigo Flávio Watson, que sofreu por um ano de hipertireoidismo e optou pelo Iodo e está satisfeitíssimo com a decisão que tomou, são coisas a somar numa possível escolha de linha de ação, mas não tão definitivos a ponto de garantir essa escolha. Que eu preciso dar tempo para saber como eu vou ficar, se os remédios vão minimizar ou mesmo fazer os sintomas desaparecerem, ou se após essa melhora inicial, serão apenas paliativos fazendo mais do mesmo.
Muito no que se pensar nos próximos 2 meses, quando tenho consulta, exceto se algo urgente (knok knok knok, batendo 3 vezes na madeira) me fizer ir antes.  Meu travesseiro vai afundar bastante nos próximos dias.

PS: Meu hemograma veio normal esse mês, com leucócitos ligeiramente aumentados e a hemossedimentação ainda bem alta, mas quase 50% mais baixo que do exame anterior. O que quer que estivesse inflamado em mim, ainda está, mas menos. Só pra constar mesmo…